domingo, 3 de janeiro de 2016

E foi assim que eu disse adeus

2015 foi um ano intrigante: não foi o meu preferido, confesso; mas foi importante pra que eu tivesse um encontro comigo mesma, com os meus medos, meus sonhos antigos, meus defeitos e meus anseios. Há quanto tempo eu não parava pra pensar em mim? Há quanto tempo eu não vivia pra mim, nao saía sem rumo, não corria riscos, não era eu? Muito tempo!
Em 2015 deixei de lado preconceitos, conheci gente nova, que te faz pensar e querer sair da sua zona de conforto. Gente que melhora seu dia, te sacode, te fala umas verdades e te faz acordar pra vida  (obrigada, amigos! obrigada por aturarem minha lerdeza hahaha)
Lembro que comecei 2015 na casa da minha tia, na Praia Grande, e foi uma vibe muito boa. Eu sabia aque seria um ano super positivo; que eu terminaria a faculdade, faria 21 anos, queria viajar mais... mas procurei nao fazer planos - o que é raro, pois sempre gostei de escrever minhas resoluções de ano novo pra comparar no final do ano aquilo que conquistei ou nao; entender o que mudou, o que resolvi deixar de lado e o que superou minhas expectativas. Achei que em 2015 seria importante ter esse lance da liberdade; de deixar fluir e simplesmente ver as coisas acontecendo. Sinceramente, acho que isso foi estranho =P não sei dizer se foi bom ou não; se eu teria feito algo diferente, afinal. Mas enfim... ao mesmo tempo eu sabia que estava passando por um momento de incertezas e planejar algo em cima de um monte de pontos de interrogação não seria uma alternativa.
Meu relacionamento já estava por um fio e com prazo de validade; já não éramos nem de longe um casal, e sabíamos disso. Fizemos uma viagem ao Rio em Março (ah, Rio! <3) pra assistir ao show de uma banda muiiito especial,
Faltou o Pedro, nosso menino do Rio <3
que arrisco dizer que foi a trilha sonora da nossa relação. e foi muito bacana. Me apaixonei pela cidade! e foi nesse mesmo período que fiz amigos mais do que especiais, que conheci por causa do show num grupo de Whatsapp. No dia do show eu conversei com poucas pessoas, mas esse grupo continuou e se transformou na melhor surpresa de 2015. Fabi, Jaque, Patti e Pedro vieram, definitivamente, pra somar. e como aprendi com eles! Me ajudaram a superar o meu término quando eu achava que estaria sozinha pra sempre; me ajudaram a desconstruir uma série de coisas, me mostraram que o mundo vai além da nossa janelinha. E percebi que não estava sozinha, não era a única a passar por momentos dificeis e encontrei, enfim, amigos que dividiram todo o peso do mundo comigo; que me fizeram rir, que me aceitaram como eu sou e me ajudam todos os dias a ser uma pessoa melhor. Com esses amigos eu saí pra beber, fui a muitos shows de HC (!!!), conheci outra meia duzia de pessoas bacanas e compartihamos muitos momentos bons. Sou grata demais pela nossa conexão <3 
Barcelona 
Mas ainda precisava sentir a liberdade, experimentar o novo, sentir que, de fato, eu era uma mulher independente, que me formaria na faculdade, que tinha superado minhas inseguranças e medos. Aquela velha história de 'eu preciso provar pra mim mesma que eu sou capaz'. e foi aí que eu decidi fazer a minha primeira viagem sozinha. SO-ZI-NHA. Sim, uma mulher sozinha pelo mundo, por que não? A vida inteira eu ouvi sobre o fim do mundo que era uma mulher sozinha, frágil, por aí. E dormindo em quarto misto de hostel, COMO ASSIM, TA LOUCA?! mas foi o que fiz =) e, olha, melhor escolha da vida <3 Arrumei as malas e mergulhei de cabeça nessa viagem. fui sem roteiro, sem planos. 5 países maravilhosos e em nenhum deles eu estive sozinha. O que foi bacana, porque meu inglês melhorou demais e ainda pude continuar praticando o espanhol. Ah, claro, tinha brasileiro em cada um desses lugares por onde passei hahaha nao da pra fugir!
Dublin 
Em Barcelona conheci 3 brasucas que moram em Dublin e eles foram as melhores companhias desse mochilão. Quantas risadas, quantas experiencias, quanta troca bacana rolando. 4 dias depois eu nao queria ir pro destino seguinte porque foi dificil deixá-los pra trás. Tambem tive medo de nao encontrar gente tão legal quanto eles pra me acompanhar nessa jornada. Mas fui! E Dublin me recebeu numa noite FRIA PRA CARALHO, com direito a flertes com um irlandês no avião e a ajuda dele com a minha bagagem de mão. Meus amigos brasileiros ja tinham dado spoilers de como eles eram extremamente gentis :) uma pena eu estar cansada demais e com meu coração ainda congelado, diga-se de passagem hahah mas me senti bem porque alguns dias depois eu teria a companhia de um outro irish que trabalhava no pub em que fui na minha ultima noite em Dublin. noite essa, meus amigos, que eu bebi feito gente grande. lembro que conversei com um cara no balcão, mas ele estava ainda mais bebado pra continuar qualquer conversa e depois sumiu, O barman me ofereceu uma pint de Ohara's e conversamos por mais outras tantas pints que nao me lembro ao certo quantas foram. mas foi muito agradavel =) e logo eu tinha que ir dormir pois meu checkout e voo sairiam cedo. Não sem antes mandar uma mensagem pro ex namorado, num surto de sei la o que. Não sabia que esse lance de estar levemente alterado te trazia à tona tantas coisas, mas por sorte eu tava num quarto de hostel, na minha beliche, e nao chorei (tanto) hahaha. ALIÁS, eu tava tão loca que eu não consegui subir na minha beliche UHAHAUHAUH era de madrugada, o quarto tava escuro, eu nao conseguia segurar meu celular com a lanterna e subir na cama. o que eu tive que fazer? sair do quarto, ir ao banheiro, lavar a cara e ainda dei uns 20 minutos sentada no corredor esperando a maldita onda passar kkkkkk. Aí fiquei choramingandinho lembrando do ex e esperando pra ver se ele visualizaria a mensagem. O que eu aprendi com isso? que às vezes a gente fica tentando provar tanto pra nós mesmos que temos o controle da situação, que somos fodões, mas PORRA NENHUMA :P embora nao tenha mandado nada demais na msg, acho que nao me arrependi. foi sincero e tudo bem. pelo menos ele pareceu nao ter recebido (obrigada, block!) e a viagem tinha que continuar. afinal, proxima parada: AMSTERDAMM!
Amsterdam (e meus migos italianos hehe)
Mais brasucas, mais flertes, space cakes e alguns joints pra conta. Amsterdam é linda e eu não vejo a hora de voltar :) aliás, preciso tbm voltar pra Bruxelas, porque queria continuar experimentando aquelas trappists divinas e comendo os melhores chocolates e as melhores fritas desse mundo <3 tambem fiz uma amiga muito querida por la, a Megan, de Londres (ahh, finalmente, nada de brasucas me acompanhando haha). Já combinamos que quando eu for pra Londres fico na casa dela, e ela tambem, quando vier ao Brasil. Tamo no countdown haha
Bruxelas com a Meg
E, por fim, Paris, mon amour! ♥ o ultimo lugar da lista, e onde eu passaria meu primeiro natal longe da familia e, possivelmente, sozinhSÓ QUE NAAO! porque foi o lugar mais amorzinho dessa vida! cheguei a noite (17h mas ja tava escuro huehue) e logo encontrei um japones no meu quarto. conversamos rapidinho, ele tava morando em Manchester mas era de Hiroshima. tivemos uma afinidade nos 10 primeiros minutos de conversa e ja fomos jantar juntos! Pato e Moussaka com vinho tinto. PHYNOS, em um jantar digno de Paris (eu nao aguentava mais comer McDonalds hueheu). e, cara, que engraçadooo! foram as duas horinhas com mais trocas e imersao cultural q ja tive! sério. Japão, ja quero te conhecer tb! mas calma, pq ja sofri o bastante com o euro :B
voltando ao hostel, encontramos duas brasileiras (ALAA, SEMPRE TEM!) fofas do Rio! e ai ja montamos a máfia haha :) logo tbm chegou uma Colombiana e eu pude fazer tradução INGLES-ESPANHOL-PT. Experiencia louuuca, que me fez terminar essa viagem usando o pero como but hahahah :) e na mesmissima noite, chegou meu migo AJ das Filipinas e um casal de namorados de Bogotá. tava formada a quadrilha - e logo descobrimos q todos passariam o natal juntos <333  Posso pular ja pra parte do NataL? foi emocionante! fizemos nossa propria ceia, com cerveja francesa, vinho, batata e chocolates :) fui embora com +3 países pra conhecer hahah nos tornamos muito parceiros e eles super me ajudaram quando tive meu celular furtado por la -.- PLMDDS TOMEM CUIDADO COM OS PICK POCKETS!
Colombianos, Filipino, Japonês e Cariocas em Parrí, monamú <3
O que eu aprendi com tudo isso? que vale a pena arriscar; que temos que sair de nossa zona de conforto, experimentar o novo... temos que nos permitir, de fato. Voltei pro Brasil renovada, conheci outras linguas (rá!) e to com a mala cheia de culturas e facebook com muitos novos contatos, Terminamos bem, e eu tava precisando demais disso. Mesmo com saudades de me sentir completa como há tempos nao me sinto, eu descobri que é possivel ser feliz quando a gente se basta. Foi assim que eu disse adeus aos meus medos, ao meu passado, à velha Carol insegura de tudo. Deixei ela em Paris, la no alto da Torre Eiffel rs :) E, apesar de tudo, foi com sorriso no rosto e um coração grato que eu terminei o meu 2015. 

sábado, 2 de janeiro de 2016

Vamos ali?

Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto. (Caio F.)