terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sobre nós dois e o resto do mundo

Seu olhar me acompanha
Do outro lado da rua
Um sorriso, discreto
E hoje a noite é minha...
Seu andar folgado me chama
Da morte ela morre de medo
E já disse que me ama
Mas tem que ser em segredo...
Sobre nós dois
Ninguém vai saber de tudo
Parece uma partida
Contra o resto do mundo...
O resto do mundo...
O resto do mundo...
Ela vibra como criança
Vestida, prá mim, está nua
Dormindo é quase uma santa
Nasceu sorrindo prá lua...
Eu até sonhei com isso
As coisas mais loucas
Com ela eu arrisco
Com ela eu arrisco...
Sobre nós dois
E o resto do mundo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O que sobra.

A gente bate o olho, a perna treme, o coração pula e você pensa que daquele dia em diante tudo será diferente. A pessoa serve de inspiração, aceleração, acaloração. É tanta ação na sua vida que você acaba se perdendo. Perde os dias, as horas, os pensamentos. Tudo o que é seu é voltado e direcionado para apenas uma pessoa, entre tantas no mundo. E olha que ele é imenso, você sabe.
É a tal decepção. Sofri, sim, muito. Chorei, passei noites em claro, passei noites atrás de você. Falei mal de você pra mim mesma e para os meus amigos. Que eram frases feitas. Que falava isso para todas. Que eu fui apenas um momento. Sabe como é, na hora da empolgação a gente fala e refala coisas que nem sabe direito, que nem pensa na hora.
É a tal decisão. Mas não vou mentir, ainda tenho um amor imenso. Você, mesmo me doendo tanto e me fazendo tão mal, foi único pra mim. Especial. E vou levar isso comigo sempre, pra onde quer que eu vá. E espero que você também não esqueça de mim. Porque mesmo não querendo eu ainda penso em você.

Sabe, eu escrevia muito pra você. Eu andava meio magoada, sempre escrevi, mas a mágoa tava me visitando, passando uma temporada na minha casa. E eu, gentilmente, deixei. Por isso escrevia louca e agitadamente pra você. Pra que as minhas palavras chegassem até você de alguma maneira. Pra que você se tocasse. Pra que você me tocasse. Você sabe que sou gentil e delicada. Mas que também sei ser indelicada e agressiva. Não consigo agora explicar o motivo, era uma espécie de fascinação. Sua voz, seu jeito de ser, seus olhos. Na verdade até sei o motivo. Mas eram motivos meus. Coisas que me pertenciam. Escrevia longos e tristes textos, que falavam do amor que você me mandou enfiar de volta no bolso. Não agimos do jeito certo, mas existe um jeito certo? Não me expressei do jeito certo, mas você também não me tratou como eu esperava. Eu acreditei em cada palavra certa sua. Eu, de novo, falando do certo. O certo não existe. Existe o que a gente pensa.
É a tal projeção. Criei um "você". Em cima de ações, palavras ditas no ouvido, coisas escritas, bobagens no celular. Recriei você. Até que você decidiu e voltou pra sua vida. Passou a ser outra pessoa - ou seria o você real? Não me conformei em ser "enganada", pois quem diz que quer a gente pra sempre, puxa vida, quer a gente pra sempre! Você disse isso. E muitas outras coisas. E eu, como em uma receita de bolo, fui juntando tudo e esperando que a coisa toda crescesse.
 Também já não tenho aquelas queixas infantis, na base do “tudo dá errado pra mim”, ou autopunições como “eu sou uma besta, faço tudo errado”. Nada é errado quando o erro faz parte de uma procura ou de um processo de conhecimento. E como diria um sábio amigo: "aos caminhos, entrego o nosso encontro. E se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia."