...E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer inteiro.
"Fico pensando que nunca mais vai se repetir, é só uma vez, a única, e vai me magoar sempre. Não sei, não quero pensar. Neste espaço branco de madrugada e lua cheia, preciso falar, e mais do que falar, preciso dizer. Mas as palavras não dizem tudo, não dizem nada. O momento me esmaga por dentro. O espanto esbarra em paredes pedindo exteriorização.
Por onde anda você, tão distanciado, tão silencioso? Em que nova galáxia posso te encontrar outra vez, moreno como um principe raptado por beduínos no deserto? Vez em quando baixa uma saudade, quase sempre clara como tem sido o ar verde-azulado do verão, e fico sentindo falta do teu jeito lento de chegar pisando em nuvens, sempre azul. As coisas andaram meio escuras para mim, durante muito tempo, depois, o fim do inverno levou as amarguras e tudo se renovou; estou pronta, outra vez, para te encontrar (...) E de repente, numa tarde quase quebrando de tão clara, você chegou na minha saudade. Escrevo. Há muito para dizer, mas é uma pena que não se possa mandar uma carta cheia de silêncio, que é música." (Caio F)
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