terça-feira, 20 de novembro de 2012

Conjecturando.

Poderíamos casar. Talvez não chegássemos sequer perto do exemplo de família perfeita. Teríamos um apartamento, quem sabe uma casa com jardim e um bulldog de pêlo brilhante. Não me importaria em lavar os pratos enquanto você passeia com ele pelo quarteirão 
Dormiríamos com o computador ligado. Nos beijaríamos no meio de alguma frase. Você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. 
Tomaríamos café às cinco da tarde. Você reclamaria do fato de eu ligar o chuveiro horas antes de ir para o banho. Eu não admitiria o quanto você fica bonito quando bravo e você não diria que lembra da cor da camisa que eu usei quando nos vimos pela primeira vez. 
Não arrumaríamos a cama diariamente. Comeríamos pizza 3 vezes por semana. A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola e o armário, de porcarias. 
Adiaríamos o despertador umas trinta e duas vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira. Você me ensinaria alguma coisa sobre poker e eu te convenceria a assistir aquele filme romântico no cinema. Sentaríamos na sala de pijama e pantufa. Nos abraçaríamos sem nenhuma razão especial. Você saberia o nome do meu perfume e eu saberia onde você largou a última edição daquele folheto de astronomia. Sairíamos pra jantar em algum dia de chuva e não nos importaríamos em chegar encharcados. Enrolaríamos 3 horas e no final decidiríamos ir àquele mesmo lugar. O nosso lugar.
Te olharia por alguns minutos sem dizer nada. Você entenderia cada traço do meu rosto e interpretaria o meu silêncio. Não quis admitir, mas você acertou de novo. 
Você me provocaria com algum fato intrigante. Eu negaria que isso me mata de ciúmes e esconderia  a vontade de te agarrar na frente do mundo inteiro. 
Riria sem motivo e você perguntaria porquê. Não responderia... Saberíamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário