segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O primeiro tudo.

Uma troca de olhares que vão se fechando timidamente e que logo se aproximam, tocando-se de maneira suave. Encostam-se e fogem, num jogo sedutor. Brincam como duas crianças, lutam como quem se zanga violentamente e depois separam-se um pouco, deixando cada um sentir a respiração forte do outro. Uma respiração úmida, capaz de embaçar o espelho dos olhos que se entreabrem novamente. E brincam outra vez. Tocam suavemente o outro e fogem. Fogem, sempre para perto. Encontram-se e desviam-se. E os olhos fecham-se timidamente, deixando-os saborear cada instante quente que passa. E voltam a fundir-se, diluindo-se num só; como se o tempo, ali, fosse sempre eterno. Neles, nos meus lábios junto dos teus. Nesse primeiro beijo que a cada vez, só nós, partilhamos.

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